quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

"Emissão de CO2 nos últimos 7 anos supera piores estimativas" - O Estado de S.Paulo

Cenário pessimista era de alta de 2,7% ao ano, mas desde 2000 é de 3,5%
Jamil Chade, GENEBRA


As emissões de CO2, o principal gás do efeito estufa, atingiram níveis mais preocupantes que os piores cenários anunciados pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC). Dados coletados pelo Programa da ONU para o Meio Ambiente (Pnuma) alertam que as emissões estão acima das taxas imaginadas e que a elevação dos oceanos é superior ao que os especialistas previam.


No ano passado, o IPCC lançou uma série de relatórios em que deixa claro que as mudanças climáticas são reais e que o mundo terá de tomar medidas para frear a tendência. Para avaliar o risco ambiental, o painel desenhou diferentes cenários.


O pior deles indicava que haveria um aumento das emissões de CO2 na atmosfera a uma taxa de 2,7% ao ano na última década. “O problema é que estamos vendo, desde 2000, um crescimento nas emissões de 3,5% ao ano, apesar de todo o esforço internacional”, alerta Sylvie Lemmet, diretora do Departamento Econômico do Pnuma. Nos anos 1990, o aumento das emissões era de 1% ao ano e mesmo assim já preocupava os cientistas.


Outro cenário alarmante é o de elevação dos oceanos, causada pelo aumento da temperatura nos pólos. No pior dos cenários, os oceanos subiriam no máximo 0,9 metro em uma década.Os novos números apontam que a elevação dos oceanos variou entre 0,8 e 1,5 metro.
Outra constatação é a de que a perda de cobertura de gelo nos pólos é duas vezes maior na atual década do que nos anos 1990, e quatro vezes maior que os registros de 1980. Em 2030, se esse ritmo for mantido, 300 milhões de pessoas podem ser afetadas diretamente e obrigadas a abandonar suas cidades.


As Nações Unidas pedem que, apesar da crise financeira, governos e empresas não abandonem suas metas e programas ambientais. “As emissões estão acelerando. O paciente, que é a Terra, não está se recuperando”, afirma Sylvie. Países ricos enfrentam a resistência cada vez maior de seu setor privado. Eles alegam que a atual crise financeira tornará inviável pagar pelas mudanças tecnológicas que o novo modelo ambiental exige.
“Muitas empresas estão cortando dinheiro de filantropia. Mas esperamos que as atividades principais no setor de ambiente sejam mantidas”, disse Georg Kell, que coordena um grupo de empresas em todo o mundo, entre elas a Copagaz no Brasil, que se comprometeram a adotar políticas ambientais.


NÚMEROS
1% ao ano era o ritmo de crescimento das emissões de dióxido de carbono (CO2), o principal gás-estufa, durante a década de 90. Essa alta já preocupava os especialistas
0,9 metro em uma décadaera a pior previsão de elevação do nível dos oceanos, mas a realidade tem indicado elevação de até 1,5 metro, dependendo da Área

Fonte: http://www.nossasaopaulo.org.br/portal/node/1969
Publicado em: 22/10/2008 - 14:39

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