“A redução do consumo diário de carne nos países desenvolvidos até 2050 ajudaria a limitar o aquecimento global” - estudo publicado na The Lancet
Os vegetarianos muitas vezes são vistos como chatos por pregarem que não devemos comer carne. Com a recente divulgação do impacto que estes animais que comemos causam no nosso meio ambiente, os vegetarianos mostram que tem forte argumento.
Estudos sobre os ruminantes (alguns destes animais que no nosso prato chamamos de "carne vermelha") mostram que eles liberam grande quantidade de gás metano (gás do efeito estufa) no meio ambiente devido à flatulência que a digestão da celulose provoca. Segundo Rajendra Pachauri, cientista da ONU e do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), a produção de carne nas fazendas emite mais gases estufa na atmosfera do que os meios de transporte.
Além disto, a demanda por carnes impulsiona a derrubada de florestas para dar lugar a pastagens. Para piorar o quadro, o carvão vegetal você já deve saber de onde vem. E a queima do carvão também contribui para o aquecimento global.
De qualquer modo, nutricionalmente, não devemos desprezar o valor da carne: é uma boa fonte de ferro e aminoácidos essenciais. Você não precisa fazer como os vegetarianos, mas é aconselhável moderar o consumo das carnes, não ultrapassando a quantidade de 170 gramas/dia, dando preferência à carne magra.
A proposta é global: comam menos carne para reduzir o número de animais nas fazendas. O cientista Rajendra também defendeu um aumento no preço do carbono, para que o preço da carne encareça e sua demanda no mercado diminua.
"A Organização da Agricultura dos Alimentos da Onu (FAO), estima que as emissões diretas da produção de carne emitam cerca de 18% do total de gases estufa do planeta", assegurou Pachauri a "BBC News".
"Considerando que a população mundial aumentará cerca de 40% até 2050 e, se não houver nenhuma redução das emissões dos gases que provocam o efeito estufa ligados ao gado, o consumo de carne deverá baixar para 90 g ao dia por pessoa para estabilizar as emissões de tal setor", defenderam os pesquisadores.
O gado, especialmente em seu transporte e em sua alimentação, afirma um estudo publicado na revista britânica The Lancet, é o responsável por quase 80% das emissões agrícolas, principalmente em forma de metano.
"Uma redução substancial do consumo de carne nos países ricos seria também benéfica para a saúde, principalmente porque se reduzem os riscos de doenças cardiovasculares, obesidade, câncer colo-retal e talvez outros tipos de câncer", avaliaram especialistas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário